sábado, 14 de junho de 2014

VARredURA


Uma ronda, varrendo os tons que me cercam. Vibrações e frequências na sua forma mais simples, sem efeitos de imagens, sem censura ou pudor, assim como elas vêem.
Uma percepção pessoal,











O sangue é vermelho porque vem do coração.


Poesia encarnada.

sábado, 10 de maio de 2014

Experiência familiar

O que é Experiência Familiar?

Quem sabe?






terça-feira, 6 de maio de 2014

Das viagens latinas (ou A segunda sofia)




                                               "Eso no esta muerto, No me lo mataron,
                                                          Ni con la
distancia..." S. Rodriguez




baixo uma chuva ácida
nada mais jaz em meu pensamento
cada parte do meu corpo
dito memória em pedaços do mundo
cada mais cor entre laços profundos

por cada canto um ardor desfaz
que ao tocar a pele mesmo barulho faz
um tremor com gosto interno
com peito cheio guardo tudo esqueço nada
conservo dentro cada palavra

a chuva fria da memória
acalenta dentro
mesmo angustia
e queima ácida os pelos fora

nada mais jaz em meu pensamento
nada e ninguém
de minhas viagens de até agora


ja.zer
1. Estar deitado (no solo ou no leito); 2. Estar morto
ou como tal; 3. Estar quieto, imóvel; 4. Estar sepultado.

Umas viagens e umas portâncias,





me parece que estiou minha capacidade de escrever em versos. Não ando escrevendo poesia, nem prosa. Não tenho me dado com as palavras a este nível, e no entanto minha arrogância ainda se atreve a dizer quando a palavra dos outros é bem dita ou não. O que tem me movido é o som. O movimento em si é sempre acompanhado de som. Vez ou outra também imagem. Mas é como se o som, tivesse substituído minha poética. Na volta de Santiago, das coisas que mais me marcaram posso dizer: dos sofás abandonados, de ponta-cabeça, em terrenos baldios a beira da estrada, à caminho do aeroporto. Numa van transfer ou num taxi de alta classe, e este foi o momento mais luxuoso de toda a viagem, e um velhinho simpático. Imagem silenciosa mas acompanhada de boa música no rádio a vidros fechados, e um dia querendo morrer. Os sofás quase sempre em bom estado, sensações de abandono e de um lugar que poderia repousar nos parques. Uma alusão a recepção callejera. Ou mesmo do couchsurfing desnecessário. Mas eu estava num carro, em movimentos rápidos, e perdia a imagem em segundos, mas eram muitos, muitos sofás. Espaçados, distantes. Em gramados. Por toda estrada.